27 de dezembro de 2012

A saudade que me atormenta à noite

                     
Sabes a cama é espaçosa, é plana, é confortável, é quentinha e é nossa.
Espero que à noite te envolva nos meus braços e te faça adormecer no meu peito, calmamente e confortável, principalmente aconchegado para ficar assim a ouvir a tua respiração e sentir o teu calor. E a cama essa está num quarto que tem porta, porta essa que pode ser fechada à chave sempre, evitando assim invasões menos desejadas e interrupções de momentos só nossos e únicos, que só as quatro paredes desse quarto será o nosso cúmplice desses momentos. E, já agora, se passamos um terço da nossa vida na cama, que seja numa das boas, com um colchão nem demasiado mole que nos ataque as cruzes, nem demasiado duro que nos faça sentir que estamos a dormir numa cama de pregos, até que pode constituir uma experiência interessante, mas tais ousadias só se recomendam a quem tenha outras tendências mais ousadas. O que quero mesmo é deitar-me na cama e sentir-te ao meu lado.  Sempre fui a favor da cama, para dormir, para curar gripes, para ler, para tomar o pequeno-almoço ao fim de semana ou durante as férias, ver televisão, estar pela Internet, e claro, para o resto, acordar ao teu lado, sentir o teu corpo e o teu calor, estarmos o dia todo na cama, entre tantas coisas só nossas e que deixam tantas saudades. Sinto o teu cheiro, o cheiro do teu perfume na minha almofada, é tão bom mas tão doloroso, a saudade anda a moer dentro de mim, e pede-me para cometer a loucura que tanto quero, ir a correr para os teus braços e dizeres-me assim ao ouvido ‘fica comigo, não me deixes, senti a tua falta, ainda amo-te’, mas tenho medo, medo de arriscar e acabar novamente magoada.
Sou forte, sou mulher de armas mas no que tocar ao amor tenho medo de sofrer e de me magoar, preciso e quero ser e fazer feliz, estamos as turas um com o outro mas sabemos bem que gostamos um do outro e que esta distância mata nos por dentro.
Basta sorrires meu amor, vires a correr ao meu encontro e dizeres-me que é assim que gostarias de estar, dizeres-me que é assim que serias feliz, dizeres-me que é assim que querias que a tua vida fosse e que seja.
Uma imagem que da minha cabeça não sai, ter-te, sentir-te, quando o teu desejo for tal, novamente.

22 de dezembro de 2012

Dos insólitos

                            
Ontem fui até Coimbra passear e comprar roupa. Como tal o meio de transporte optei pelo comboio.
Tudo correu bem até ao momento em que reparei num homem com certa de 30 anos de idade, a retirar os seus respectivos 'macacos' do nariz, mas não com um lenço e muito menos com o seu dedo mas sim, para muito meu espanto, com uma nota de 10€.
10€!! Sim leram bem, 10€, oh meu senhor o dinheiro na sua carteira deve ser assim tanto que até faz das notas de lenços de papel.
Qualquer dia, vemos nos supermercados ou hipermercados à venda lenços de papel em formato de notas com o slogan: "Assou-se ao seu dinheiro", iria ser hilarianteeeeee.
Imaginem irem no autocarro ou na rua e reparerem que se está a assuar a um lenço que parece uma nota, seria hilariante e de loucos.
Bem disseram que ontem seria o fim de mundo, mas não foi o fim do mundo mas algumas pessoas endoidecerm.

19 de dezembro de 2012


É verdade que todos precisamos de sonhar, mas também todos precisamos e é essencial acordar. E embora nos pareça impossível acordar sem dor nem perda, afinal nem sempre é mau, porque a vida é sempre outra coisa, diferente do que imaginámos. Os sonhos servem para isso mesmo; perder mo nos através deles que nos voltam a encontrar.

Adeus não, um até dia destes


                  
Não, não gosto de dizer adeus nem de ver o fim de nada, sobretudo se não lhe vi o princípio.
É como quando se quer ver um filme, se começares a ver do meio, não irás perceber nada da história.
Prefiro dizer até um dia destes, mesmo que esse dia demore anos. Ou então, afastar-me sem uma palavra, e deixar no ar o mistério de não saber quando, como e porque é que nos voltaremos a encontrar. Irá doer no coração e fazer a alma sofrer, irei passar noites em branco a relembrar todos os momentos que passamos a a chorar, certamente saberei que irei me arrepender de nem uma palavra te ter dito e que poderia ter dado o melhor de mim, mas se assim o destino o quiser, havemos de nos encontrar. Assim não sou eu que ponho fim às coisas, mas as coisas que um dia acabarão ou não por si.




                                 
   

18 de dezembro de 2012


Por incrível que possa parecer, hoje 18 de Dezembro de 2012, já faz 5 anos, parece que foi ontem que tudo mudou, que a minha vida teve uma grande reviravolta, lembra-me como se tivesse acontecido ontem, o que a memória insiste em não esquecer, em não apagar.
Mas ainda bem que assim aconteceu, porque não quero esquecer de nenhum pormenor, quero lembrar-me sempre disto ou pelo menos durante muitos anos.
Doí o coração e a ferida continua aberta por ter acontecido. Fomos muito fortes Mãe, nem sabíamos que certamente seriamos assim tão fortes e tão corajosas para passar por tudo aquilo. Saber até sabíamos, mas ainda não tínhamos sido assim tão testadas pela vida.
Fomos mulheres com um “M” muito grande. Sabes, tenho muito orgulho em ti e em mim também por ter conseguido fazer tudo o que fiz e não me arrependo de nada. Se fosse hoje voltaria a fazer tudo igual, sem pensar duas vezes.
Agora somos felizes, passados 5 anos, muito mais felizes e livres, merecemos a felicidade, uma ao lado da outra.
Passamos por momentos muitos difíceis. Sinto orgulho em ti, por teres sido e seres a grande MULHER da minha vida. Passares o que passaste e continuares na minha vida e forte, sempre com a cabeça erguida e com um sorriso mesmo que as vezes seja difícil.
Sempre tiveste uma vida difícil e ainda aguentares um homem durante 17 anos sempre sujeita a violência doméstica e principalmente controlada toda a vida em tudo o que fosse.
Nunca foste devidamente valorizada e principalmente amada e feliz, ainda bem que sempre consegui estar ao teu lado e a altura da situação.
Cada nódoa negra, cada bofetada, cada grito, cada situação que aquele homem te fez passar são todas cicatrizes difíceis de sarar mas irão sarar, quando a justiça se fizer e vier ao de cima.
São coisas que não se conseguem esquecer mas eu acredito que vamos, as duas, lado a lado, conseguir esquecer tudo o que passamos, o que nos aconteceu e sermos muito felizes.
Sabes se aconteceu, foi para nos testar e mostrarmos que somos fortes e que conseguimos ultrapassar tudo.
Mas custa tanto viver este dia, 18 de Dezembro, por mim, e acredito que também por ti, riscava este dia do calendário. É um dia em que tudo bem a memória, tudo se lembra e que abre novas cicatrizes, principalmente por a justiça não se ter feito, é a justiça portuguesa.
Cada hora, cada minuto e cada segundo daquele dia vem a memória, coisas que insistimos em esquecer.
Sabes, aquele homem, como nem assim se pode tratar, é o meu pai, sinto vergonha por ele ter sido o homem que foi contigo e comigo, e tudo o que nos fez passar. Mas ainda acredito que um dia a justiça se fará, tarda mas acontecerá.
Uma mulher, seja a mãe, a mulher ou a filha não merece viver e estar sujeita a nodoas negras, a bofetadas, a berros, a uma mão levantada e a um pontapé dado.
Tudo começa com uma bofetada e um pedido de desculpas, e pode acabar num hospital ou na morgue. A mulher não deve permitir que um homem lhe levante uma mão para lhe bater. A mulher não deve ser tratada assim nunca, os homens devem aprender a respeitar e valorizar as mulheres.
A mulher merece respeito. Deve denunciar! Fazer alguma coisa! Hoje pela vizinha, amanhã por nós.
Foi isso que eu fiz, com apenas 14 anos, era menor mas não foi impedimento, denunciei, lutei pelos direitos da mulher da minha vida, Mãe, e também pelos meus direitos.
A minha mãe não merecia viver daquela maneira. Merecia uma vida melhor.
Denunciei, apresentei queixa, fiz o meu depoimento, foi a tribunal, a minha vida, a nossa vida, deu uma volta de 1000º mas lutei pela vida da minha mãe e pela minha. Cada vez que me lembro daquele dia, dá-me uma revolta por não ter existido justiça suficiente para te condenar pelo o que fizeste.
Mas ainda acredito que um dia haverá justiça, e que tu, pai, irás pagar pelos teus erros.
Apesar de me teres dito na minha cara que não eras meu pai, foste tu que ajudaste a que eu nascesse, por isso devo pelo menos o respeito e a educação que a minha Mãe me deu.

Mas agora, Mãe, agora sim, somos muito mais felizes e livres.
Amo-te muito mulher da minha vida.
Iremos sempre contar uma com a outra.


E tu, pai a justiça irá acontecer, sabes tantas pessoas
boas a morrerem, e tu a continuares a fazer as tuas ‘porcarias’,
não acredito que Deus anda a dormir e tão distraído.
Pode tardar mas irá ser mais cedo do que todos pensamos.




13 de dezembro de 2012

           
                  


Ama com paixão, chora com vontade, procura a verdade, sê honesto, não desistas, ri muito, falha, sorri com prazer, pede perdão, vê um filme, erra, arrepende-te, reencontra-te, sonha, luta, emociona-te, lê um livro, acredita, perdoa, sê sincero, sê generoso, grita, chora com sorriso escondido até que te doa as bochechas, recorda os amigos, faz as malas e foge, vivi apaixonadamente!!
Mas vive!! Sê tu mesma...


                     

Sabes falar é prata, calar é ouro. Nem tudo que pensamos deve ser dito, pois "nossas verdades" são relativas. Antes de falarmos temos que aprender relativamente a pensar, não uma vez nem duas, mas sim as vezes que precisarmos, antes que magoemos alguém, é que uma vez ditas, as palavras podem ser o remédio que salva ou o veneno que nos mata. As palavras têm o poder de destruir e curar tudo à sua volta.

Quando as palavras são verdadeiras e amáveis, elas podem mudar o nosso mundo.Podemos descobrir novas realidades, realidades essas que nos podem surpreender todos os dias e mais do que uma vez por dia. Já disseste hoje o que te ia no coração a alguém? Faz-o sem medo, pensa bem e demonstra o que te vai na alma...
Faz alguém feliz hoje e perde o medo...